Casal corintiano passará lua de mel no Japão para ver o Timão no Mundial
Lielson conheceu a noiva Valéria depois de uma oração a São Jorge por ‘sorte na balada’. Noivos, embarcam uma semana após o casamento
O corintiano Lielson Tiozzo e sua noiva, Valéria Nery, serão dois dos "loucos" do banco que acompanhará o Timão no Mundial de Clubes. Em todas as fases do relacionamento, o clube se fez presente: do dia em que se conheceram, passando pelo namoro e até no pedido de noivado, logo após o título da Libertadores. O triângulo amoroso do casal com o time, inclusive, acelerou o casório e influenciou diretamente no destino da lua de mel. "Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza”... E junto ao Corinthians, onde quer que ele vá jogar – mesmo que seja do outro lado do mundo, no Japão.
A ideia surgiu em forma de brincadeira, na euforia da final contra o Boca Juniors. Namorando há cerca de dois anos, Lielson, jornalista, já planejava uma forma de pedir Valéria, engenheira da computação, em casamento. A confirmação do título foi o empurrão que ele esperava para dar um passo adiante na relação. Em uma semana, a vida do casal virou de pernas para o ar: noivos, já tinham passagens compradas e ingressos garantidos para o Mundial de Clubes.
- Estávamos na euforia da final da Libertadores. Ela me disse: “Amor, se o Corinthians ganhar, bem que o Mundial poderia ser em Dubai, para passarmos a lua de mel”. Falei que seria no Japão, e morreu o assunto. Mas ficou na cabeça. Naquela euforia do título, não conseguia dormir. Fui comemorar com meus amigos, até que um deles me perguntou se eu iria ao Japão. Falei: vou pedir minha noiva em casamento, e vou em lua de mel. A torcida do Corinthians sabia, menos ela (risos) – brincou Lielson.
Valéria, que acordaria cedo no dia seguinte, preferiu comemorar o título em casa. No dia seguinte, recebeu uma ligação misteriosa do namorado pela manhã, dizendo que à noite ele teria uma surpresa. A surpresa, no caso, era o pedido de casamento e uma “pequena” condição: passar a lua de mel no Japão. A resposta foi sim. O casamento está marcado para o dia 1º de dezembro, e a viagem começa uma semana depois, no dia 8.
- Ele me disse pela manhã que precisava falar uma coisa séria, e fiquei curiosa o dia todo. Cheguei em casa, ele disse: olha, casa comigo neste ano ainda, e passamos a lua de mel no Japão. Fiquei surpresa, processei a informação, e falei “vamos embora”. Já tínhamos o apartamento, tem amor, não tinha porque não aceitar. Uma das nossas paixões, além do Corinthians, é viajar. Temos vontade de conhecer o mundo todo. É diferente, nunca tinha visto ninguém passar lua de mel no Japão – disse Valéria.
A intenção de Lielson era que a música para a entrada da noiva na igreja fosse o hino do Corinthians, mas o padre vetou a idéia – a solução vai ser tocar o hino em momento especial da festa. Caso o Corinthians confirme o título, a lua de mel deve ficar ainda mais animada, já que depois do Japão eles ainda passam por Bogotá e Cartagena das Índias, na Colômbia, para comemorar o Natal e o Réveillon. Mas, e se o time perder?
- Ganhando é o êxtase, a alegria. Perdendo ficamos tristes, mas ser corintiano é além de ser ou não ser o primeiro. Se não vier o título, continuamos felizes com o Corinthians. Renovamos esperança e vamos sempre continuar. Estamos com o Corinthians na alegria e tristeza. “Bora” para o Japão, vamos ser campeões – declarou o noivo.
Paixão alvinegra
Se hoje os noivos fazem os últimos preparativos antes da viagem, devem agradecer ao “padroeiro” do namoro: São Jorge. Os dois se conheceram no dia 17 de julho de 2010, em uma balada paulistana, mas a história começou horas antes, em uma visita de Lielson e um amigo ao Parque São Jorge. Ao invés de pedir maior sorte ao Corinthians na disputa do título do Brasileiro, rezou por ter “sucesso na balada”. E, depois de alguns foras em uma noite que parecia não render, conheceu Valéria quase que por acaso.
- Era um sábado, fui com um amigo ao Parque São Jorge. Ele não conhecia o clube, resolvi fazer um tour. Passamos pela capela, e como o Corinthians estava na disputa pelo Brasileiro, resolvemos fazer uma oração. Quando fomos rezar, ao invés de pedir um bom resultado, pedi que na balada daquele dia tivesse sucesso para conquistar uma namorada. À noite, eu a conheci. E não estava tão boa a situação, sou um cara sisudo. Ela me viu, imitou (a cara fechada) e a minha risada foi imediata. Começamos a conversar – lembra ele.
- Me ligou uma amiga, e disse: “hoje vamos para a balada”. Fui sem expectativas, era uma balada de música sertaneja, que eu nem gosto. Já eram umas duas da manhã, o lugar me surpreendeu. Tinha bastante gente bonita, e foi melhor do que esperava. Estávamos conversando, dançando, olhei para o lado e ele estava encostado, com cara de mau-humorado. Comentei “que cara de bravo, o que ele faz aqui?”. Ele olhou para mim, e eu imitei. Ele sorriu, começamos a conversar e aqui estamos – disse Valéria.
O namoro continuou no dia seguinte, o que se tornou um problema para Lielson. O Corinthians jogava em casa, contra o Atlético-MG, e precisava da vitória para seguir na briga com o Fluminense pelo título do Brasileiro. Ele teve que fazer uma escolha: encontrar Valéria mais uma vez, ou manter os planos de ir ao jogo do Timão? Ele optou pelo namoro e, em troca, ganhou uma companheira para assistir ao time no Japão. Hoje ele não se arrepende, mas admite que foi complicado só ficar sabendo o resultado depois.
- Combinamos de nos encontrar, mas eu estava preocupado em perder o jogo. Ela mexeu comigo, por isso deixei de ir. Foi uma das poucas vezes que deixei de ir ao jogo do Corinthians por causa de alguém. Eu estava com ela, fiquei sabendo o resultado só depois – disse Lielson.
Passado tricolor
Valéria é corintiana, fanática a ponto de passar a lua de mel no Japão para assistir ao time no Mundial. Por isso, é difícil imaginar que ela possa ter torcido por um rival no passado. Mas, isso é verdade: antes de conhecer Lielson, a noiva era são-paulina - para desgosto do pai alvinegro. Pelo bem da família que pretende construir com Lielson, ela decidiu virar a casaca. Apesar da torcida pelo Timão, Valéria admite que o carinho pelo Tricolor persiste.
- Sou filha de corintiano, mas a família é toda são-paulina. A convivência entre são-paulinos e corintianos sempre foi pacífica. Como meu pai ficava muito chateado quando o Corinthians perdia, eu acabava torcendo. Quando conheci o Lielson, a história se repetiu. Como já tinha esse pé no Corinthians, e queria que a família já começasse unida... Sempre vou respeitar o São Paulo, ter carinho. Mas torcer, agora é junto com ele. Foi um processo, amadurecendo com o relacionamento. Se ele fosse palmeirense, não teria jeito – explicou Valéria.
O assunto incomoda Lielson. Segundo ele, o processo de mudança foi gradual, e começou levando ela ao Pacaembu e ao Morumbi para assistir aos clássicos entre Corinthians e São Paulo. Ao comemorar um gol do Timão, ele quebrou um celular dado por ela, sem querer, e o casal teve a primeira briga. Corintiano desde criança e com um pequeno acervo de itens ligados ao clube, Lielson diz que mudança da noiva foi espontânea.
- O primeiro jogo dela no estádio foi um Corinthians x São Paulo, meses depois que nos conhecemos. Ela ficou chateada, o Corinthians massacrou. Ela disse que queria ver no Morumbi, e eu falei que lá era mais fácil. Chegou o segundo turno e fomos. O Corinthians fez dois gols, e naquele dia senti que ela comemorou. Já estava corintiana. Se ela não fosse, não ia poder levá-la para o Japão. Mas não seria problema. Se fosse anti-corintiana, me azucrinasse depois de derrota, aí não iria dar certo. Não impus, ela quer construir uma família com pai, mãe e filho corintiano – diz ele.
via corinthians http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2012/11/casal-corintiano-passara-lua-de-mel-no-japao-para-ver-o-timao-no-mundial.html
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