Casal de aposentados desiste de ir à Europa para torcer para o Corinthians no Mundial do Japão (30/11/12-06h01)
Sueli e Admir desistiram de uma 'lua-de-mel tardia' para acompanhar o Corinthians
Saborear um delicioso bacalhau regado a um bom vinho em Lisboa, conhecer Guernica, obra-prima do pintor Pablo Picasso, em Madri, caminhar pelas agradáveis ramblas de Barcelona, passear de gôndola pelos históricos canais de Veneza, admirar os famosos quadros renascentistas em museus de Florença, tomar um gelato em frente à Fontana di Trevi, em Roma... Durante alguns anos, o casal de aposentados Admir e Sueli Martins planejaram esta sonhada viagem por alguns dos principais cartões-postais da Europa.
Estava tudo programado para eles embarcarem em março de 2013 rumo a Lisboa, onde um conhecido o espera há anos. Esta seria a primeira viagem internacional do casal... Seria... Mas foi adiada. O plano dessa lua-de-mel tardia caiu por terra por volta da meia-noite de 4 de julho de 2012, quando, no Pacaembu, o Corinthians venceu a cobiçada Libertadores da América pela primeira vez contra o Boca Juniors, da Argentina. “Assim que o juiz apitou, eu comecei a sentir que a tal viagem à Europa teria que esperar”, lembra o sr. Admir, 66 anos de corintianismo. “Eu adoraria ir a Barcelona. Quero muito conhecer o Camp Nou, mas o meu amor pelo Corinthians falou mais alto.”
Ele assistia à final da Libertadores com seu primo André, ao lado de outros amigos e parentes. Foi um jogo tenso, nervoso. Para relaxar, seu Admir se apoiava numa refrescante caipirinha. Após festejarem o título inédito, um olhou para outro e falaram: “Se você for, eu vou.” Quando o outro retrucou. “Eu vou.” “Então, vamos!” Nem foi preciso dizer para onde: Japão!
Foi assim, tudo muito rápido, como a arrancada do atacante Emerson no segundo gol corintiano contra a equipe argentina. Assim que decidiram, comunicaram suas esposas: Sueli e Fábia, respectivamente. O grupo estava montado. Alguns dias depois, compraram os quatro pacotes com direito a passagem aérea, traslados, hospedagem com café da manhã num dos maiores hotéis de Tóquio. Os quatro torcedores embarcam dia 7 de dezembro à noite rumo à Cidade do México. De lá, pegam outro avião para a capital japonesa, onde devem chegar só no dia 9, domingo, três dias antes do primeiro jogo do Timão pelo Mundial. Será uma viagem longa.
Seu Admir mora na Vila Formosa, zona leste de São Paulo, não muito distante do Parque São Jorge. Fanático, é daqueles torcedores que saem na sacada do prédio para gritar quando o time faz gol. “Acompanho o Timão desde criança. Eu me lembro quando o Corinthians foi vice-campeão paulista de 57. Eu devia ter uns 9 anos”, diz. Depois disso, padeceu aqueles duros e longos 22 anos sem sem títulos relevantes. “Foi uma época difícil. Como a gente sofria, principalmente quando jogava contra o Santos. O Pelé era infernal. Quando a gente achava que ia ganhar do Santos, ele aprontava e virava o jogo”, recorda.
Nessas mais de cinco décadas, seu Admir já viu inúmeros jogadores defendendo as cores do Timão. Indagado sobre quem seria, para ele, o maior de todos, ele reflete por alguns segundos antes de responder. “O Rivellino foi um grande jogador. O Sócrates também... Teve tantos... Mas, para mim, o mais importante foi o Marcelinho Carioca. Ele venceu quase todos os títulos disputou: Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Brasileiro e o primeiro Mundial de Clubes em 2000. Jogador bom é aquele que ganha, né?”
Medo de avião
Os quatro torcedores estão ansiosos e empolgados para a viagem ao Japão. Dona Sueli, 64 anos, por exemplo, é uma das mais entusiasmadas. “Estou muito animada. Nunca pensei que isso ia acontecer um dia. Ir pro Japão pra ver um jogo de futebol... Nunca fui a um em estádio em São Paulo. Mas já entrei no clima da torcida e comprei várias camisas do Corinthians para a viagem. Estou preparada. Vai valer a pena, embora tenham me falado que lá é muito frio.”
André, 35 anos, e Fábia, 34, também farão sua estreia em viagens internacionais. “Nunca saímos do Brasil. A expectativa é grande. Estamos ansiosos. É uma coisa histórica que a gente não quer perder”, comenta André. Eles ficarão com o coração apertado, já que os filhos Talia e André ficarão por aqui sob os cuidados dos avôs.
Seu Admir, porém, anda um pouco preocupado com a proximidade da viagem. “Não gosto de viajar de avião. Vou ter que criar coragem e superar isso. Só de pensar. São umas 28 horas para ir e o mesmo tanto para voltar... Mas, pelo Corinthians, vale tudo! Se a gente jogar como contra o Boca na segunda partida da final da Libertadores, trazemos o bimundial!” Torcida, claro, não vai faltar.
via UOL Últimas Notícias - Esporte - Futebol - Corinthians http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/mundial-de-clubes/ultimas-noticias/2012/11/30/casal-de-aposentados-desiste-de-ir-a-europa-para-torcer-para-o-corinthians-no-mundial-do-japao.htm
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