Segunda chance: depois de acidente em 2000, corintiano viaja ao Mundial
Gerente comercial na construção da Arena Corinthians, Ricardo Corregio sofreu acidente na estrada e perdeu a final no Maracanã: 'Será especial'
O corintiano Ricardo Corregio conta as horas para a viagem ao Japão, em dezembro. A primeira tentativa de assistir ao Timão no Mundial, em 2000, terminou antes mesmo de começar: um grave acidente com a van que o levava com mais dez torcedores ao Maracanã, no Rio de Janeiro, frustrou o sonho de assistir ao Corinthians campeão do mundo - e quase encurtou sua vida.
Hoje, 12 anos depois, ele ganhou uma nova chance. Gerente comercial na construção do estádio alvinegro, Ricardo está garantido entre os loucos que viajarão ao outro lado do mundo para ver o time no Mundial de Clubes.
A lembrança do dia 14 de janeiro de 2000 ainda é viva na memória. O motorista da van alugada para levá-los ao Rio menosprezou os perigos da Rodovia Presidente Dutra, com pista molhada, e o acidente foi feio.
O dia que poderia ser um dos mais felizes da vida de Ricardo, com o Timão campeão do mundo pela primeira vez, terminou no hospital. Por sorte, ninguém se feriu gravemente, e Ricardo conseguiu comemorar a conquista no caminho de volta para São Paulo, ouvindo o jogo pelo rádio ao lado da família.
– Organizamos de assistir à final no Rio, e alugamos uma van. Marcamos um ponto com o motorista, mas ele chegou perto de uma hora da tarde, atrasado. Ele corria demais na Dutra, fazia umas barbeiragens e pedimos para tomar cuidado. Em Rezende, ele perdeu o controle do carro e bateu no guardrail. A van começou a capotar, segurei na coluna do carro, mas soltei. Graças a Deus ela parou no acostamento. Desci, gritei pelo meu irmão e ele respondeu. Quando saímos da van, até pensamos em seguir viagem para o Rio. Mas não tinha condição. Senti estalos na perna, fomos todos para o hospital – conta Ricardo.
Ricardo Corregio é gerente comercial na construção do estádio (Foto: Daniel Romeu / Globoesporte.com)
O pai, que viajava de avião para encontrá-los no Maracanã, ficou assustado e também deixou o jogo de lado para ir ao hospital, em Rezende. Com o jogo já iniciado, a família iniciou a viagem de volta a São Paulo, de carro. Ricardo lembra que, quando Edmundo perdeu o pênalti decisivo do Vasco, eles choravam juntos no carro e já viam os primeiros prédios em São Paulo. A comemoração foi dupla:
– Primeiro por estar vivo, depois pelo título – lembra Ricardo, que admite que a emoção em ver o Corinthians no Japão será grande.
– Vai passar um filme da história de 2000. É uma segunda chance, fico muito feliz. Outras virão, mas essa vai ser especial. Vou concretizar um sonho que tive 12 anos atrás, de ver o Corinthians campeão mundial no estádio. Por ironia é do outro lado do mundo. Queria ter tido visto a primeira com o time, não consegui. Mas essa vai ser diferente, tenho certeza vamos ganhar esse título, fazer uma festa alvinegra – conta.
Frequentador dos estádios desde a década de 1980, Ricardo assistiu praticamente a todos os títulos do Timão desde então. Graças à profissão, ele já morou em várias cidades pelo Brasil: Guaratinguetá, Tucuruí, São Luís... No entanto, a distância nunca foi problema para seguir o Timão. Recentemente, ele marcou presença na primeira partida da final da Libertadores, em Buenos Aires, contra o Boca Juniors, assim como na Copa do Brasil de 2009, em Porto Alegre, contra o Internacional.
‘Premonição’ do Itaquerão
Trabalhar é uma satisfação para Ricardo Corregio. Contratado da Odebrecht na construção da Arena Corinthians, o gerente comercial tem o privilégio de assistir de perto às arquibancadas de Itaquera subindo a cada dia que passa. Curiosamente, o sonho que se tornou realidade foi “previsto” por ele dois anos antes: em uma carta destinada a ele próprio, escrita em um programa da empresa, Ricardo descreveu como imaginava seu futuro – trabalhando na construção de um estádio para o Timão. Hoje, realiza o sonho todos os dias.
Segundo ele, o clima criado pelos funcionários no estádio é de paixão, e envolve até mesmo os torcedores de clubes rivais do Corinthians. Se a motivação dos alvinegros é de saber que fazem parte de um dos momentos mais importantes da história corintiana, os anti-corintianos imaginam estar contribuindo para o Brasil. O estádio abrigará o jogo de abertura e mais cinco jogos da Copa do Mundo de 2014, incluindo uma das semifinais.
– Ouvi muitas gozações, e fui criando aquela ambição de ter um estádio. Em 2010, começou o burburinho de que o Corinthians iria construir. Quando o Andrés Sanches anunciou, me veio na recordação várias coisas. Imaginei como seria a obra, e lembrei que tinha escrito sobre isso. Procurei e achei. É uma carta que escrevi para mim em 2008, em um programa da Odebrecht. Tínhamos de escrever para nós mesmos nos imaginando na empresa no futuro, colocando sonhos. Eu falava que estaria trabalhando na construção do estádio do Corinthians. Pensei: isso vai ser meu passaporte para a obra. Deu certo – disse Ricardo.
via corinthians http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2012/11/segunda-chance-depois-de-acidente-em-2000-corintiano-viaja-ao-mundial.html
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