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36 anos depois de invasão do Maracanã, amigos se reencontram para tomar o Japão

CORINTHIANS FIEL NEWS | 11/29/2012 06:52:00 AM |

Lucas Borges

David Najar e Nenê do Posto: 36 anos depois, nova invasão corintiana
David Najar e Nenê do Posto: 36 anos depois, nova invasão corintiana

A viagem ao Japão vai ter um gosto especial para dois dos 20 mil corintianos que devem viajar até o outro lado do mundo para assistir ao Mundial da Fifa. David Najar e Carlos Roberto Auricchio presenciaram a histórica partida de 5 de dezembro de 1976 com o Fluminense, quando cerca de 70 mil torcedores invadiram o Rio de Janeiro e dividiram as arquibancadas do Maracanã com os donos da casa.

Na época daquele jogo, válido pelas semifinais do Campeonato Brasileiro, eles já eram amigos, mas não viram a classificação do Corinthians à decisão juntos. Desta vez será diferente.

“Eu tinha uma prova da Fuvest - vestibular da Universidade de São Paulo - no dia do jogo com o Fluminense, e meu pai me obrigou a fazer. Mas dei um jeito, comprei uma passagem de avião. Entrei na prova, e minha mãe esperou do lado de fora. Coloquei tudo C de Corinthians nas questões e partimos para ao aeroporto. Às 16h, uma hora antes do jogo começar, eu estava no Rio”, conta Carlos Roberto, também conhecido como Nenê do Posto, diretor de futebol corintiano de 1989 e 1994 e também em 2008.

Sócio 3029 do Corinthians, David se juntou ao clube antes de ser batizado“Naquela época era diferente, não tinha internet. Não dava para ter a noção do número de corintianos que estavam indo para o Maracanã. No caminho até o estádio vi uma camisa, outra e outra. Foi uma coisa de louco.”

Enquanto Nenê fazia prova para entrar na faculdade, David fincava sua bandeira em uma das praias cariocas depois de ter enfrentado quilômetros de congestionamento na Rodovia Dutra em uma Kombi. 

“Em São Paulo não podíamos colocar as bandeiras para fora então só víamos uma fila de ônibus e carros e não sabíamos o que era. Quando chegou no Rio, na Avenida Brasil...Fico até arrepiado: era só camisa do Corinthians.”

Dentro do campo, cada um ficou de um lado. O Corinthians arrancou um empate por 1 a 1 com o favorito Fluminense de Carlos Alberto Torres e Rivellino e levou o confronto para os pênaltis, eliminando os tricolores. Mas os corintianos não tinham muita esperança de que o jejum de títulos que vinha desde 1954 acabasse em 76. “Nós fomos para o Rio de teimosos. O Fluminense tinha muito mais time. Acabamos ganhando, mas na final, contra o Inter, não teve jeito", diz Nenê.

O Corinthians finalmente seria campeão no ano seguinte, ganhando o Campeonato Paulista em cima da Ponte Preta. Época dura para os alvinegros, carentes de conquistas. “Hoje em dia é muito mais fácil ser corintiano”, relembra David, sócio do clube há 50 anos e ex-conselheiro.

Página de jornal japonês com a foto de Neto antes de Nagoya x CorinthiansDavid vai trocar a Kombi dos tempos de jejum pelo avião e se juntar a um grupo de 20 amigos no Japão. Nenê será o guia. 

“Estive lá em 1992 quando era diretor. A japonesada ficava louca com o Neto, eles nunca tinham visto alguém chutar uma bola que nem ele. Nossa ideia na época era vender o Neto e o Tupãzinho para algum time de lá. Acabaram levando o Wilson Mano”, relembra o ex-cartola.

O Corinthians de 20 anos atrás passou justamente pela cidade na qual ficará hospedado em 2012 para a estreia no Mundial de clubes, Nagoia. 

Naquela oportunidade foram disputadas duas partidas contra o Nagoya Grampus com um empate por 1 a 1, gol de Wilson Mano e uma vitória por 5 a 1, dois gols de Viola, um de Nilson, outro de Nelsinho e um quinto de Elias. 

Página de revista de jogo do Corinthians em 1992, no JapãoAgora será apenas um jogo na cidade que é berço da colônia brasileira, dia 12 de dezembro, valendo vaga na grande decisão. “Sofredores” confessos, os dois amigos não se arriscam a cantar vitória antes da hora. Corinthians e Chelsea, favoritos para a final, têm 50% de chance cada, dizem. Mas de show na arquibancada eles entendem e garantem.

“Em 92 o Japão já estava cheio de brasileiros para ver o Corinthians. E dessa vez, então? Se no estádio da estreia cabem 45 mil pessoas, umas 40 mil vão ser corintianas”, afirma Nenê.

Os corintianos costumam dizer que a invasão de 76 foi a maior mobilização humana em tempos de paz. David vai além. 

“O Mundial do Japão vai ser o segundo maior deslocamento humano depois de Moisés e os judeus no deserto. O país será um A.C e outro D.C: antes e depois do Corinthians.”



via ESPN.com.br :: Corinthians http://espn.estadao.com.br/noticia/295451_36-anos-depois-de-invasao-do-maracana-amigos-se-reencontram-para-tomar-o-japao

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