Após confusão entre Corinthians e patrocinador, governos buscarão acordo sobre R$ 35 milhões em estrutura do Itaquerão

Vista geral das obras do futuro estádio do Corinthians

Um dia depois de o Corinthians e a empresa de bebidas Ambev terem se manifestado de forma contraditória sobre os investimentos necessários para a estrutura provisória do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, no estádio de Itaquera, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou nesta quarta-feira que os governos municipal, estadual e federal tentarão entrar em acordo para solucionar o problema.

A Ambev, ao lado de outras parceiras que serão convidadas a ajudar, desembolsará R$ 35 milhões para instalar 20 mil lugares em arquibancadas móveis. Isso porque a futura casa corintiana terá capacidade para 47 mil pessoas, e a abertura do Mundial exige uma arena com capacidade de pelo menos 60 mil. Ainda assim, é preciso gastar mais R$ 35 milhões em equipamentos para as partidas da Copa.

Até esta terça, a empresa enfatizava que não bancaria a outra parte do montante, enquanto o Corinthians garantia que a questão estava concluída com o dinheiro da iniciativa privada.

Nesta quarta, durante visita a Itaquera ao lado de representantes da Fifa e do Comitê Organizador Local da Copa, Kassab revelou que ele, Fernando Hadadd, prefeito de São Paulo a partir de 2013, o governador Geraldo Alckmin e a presidenta Dilma Roussef discutirão até abril do ano que vem uma forma de bancar os R$ 35 milhões pendentes.

“Esse é o último ponto que falta. Estamos falando de um volume de investimentos público e privados acima de R$ 4 bilhões - em todas as obras referentes ao estádio. Ainda falta essa questão para ser discutida para que sejam definidas as responsabilidades da construção das instalações provisórias e temporárias com vistas aos jogos e principalmente ao jogo de abertura. Não haverá nenhum problema, é uma questão quase que insignificante diante de tudo que já foi feito. Eu propus, e foi aceito, que até 30 de abril fosse encaminhada uma posição e uma definição de responsabilidades para a Fifa”, explicou Kassab.

Caso os órgãos públicos não cheguem a um acordo, não está descartada uma solução semelhante à encontrada para as arquibancadas móveis, com uso de dinheiro privado.

Os R$ 35 milhões em questão serão gastos em ferramentas necessárias para partidas da Copa, como estrutura adicional para a imprensa, detectores de metal, tendas, cabeamento etc.