No Corinthians-AL, até palmeirense torce pelo Timão no Mundial

Tricolor da Serraria não tem nenhuma parceria com o xará famoso, mas aposta no título. Roupeiro Aderaldo e técnico Jean são os mais otimistas

O Corinthians-AL não tem muito contato com o primo rico de São Paulo. Por causa de um patrocinador em comum e para tentar conquistar a torcida do Timão no estado, a direção resolveu escolher o nome famoso para batizar o clube em 1991.

Nas cores, os alagoanos são mais parecidos com o São Paulo. O vermelho, o preto e o branco se destacam no uniforme e, por isso, o time é conhecido em Alagoas como o Tricolor da Serraria, bairro onde os dirigentes montaram toda a estrutura.

Mas se há diferença de cores e uma certa distância entre os homônimos, nos bastidores do Corinthians-AL, até torcedor palmeirense diz que vai torcer pelo Timão no Mundial Interclubes.

O roupeiro Ederaldo Medeiros anda chateado com o seu Verdão e, longe de São Paulo, não se deixa levar pela velha rivalidade.

- Sou palmeirense, mas com certeza vou torcer pelo Corinthians no Mundial. Tem que torcer pelo Brasil, e o Brasil no Mundial é o Corinthians – declarou Ederaldo, que ainda aproveitou a oportunidade para criticar a diretoria do Verdão.

- O Palmeiras caiu para a Segunda Divisão porque mereceu. Caiu porque foi mal administrado - atacou.

Semelhanças

O mascote do Corinthians-AL é parente próximo do gavião, símbolo da maior torcida do Timão paulista. A águia nasceu com a missão de abrir espaço para os alagoanos no futebol mundial e até alçou voos ousados na última década.

O Corinthians-AL já foi campeão estadual em 2004, ficou na oitava colocação da Copa do Brasil de 2008 e se orgulha de ter revelado jogadores de projeção internacional. A joia da coroa tricolor é o zagueiro Pepe, titular absoluto do poderoso Real Madrid. Outras feras que passaram pelo clube foram Hulk, do Zenit-RUS e da Seleção Brasileira, e Marcelinho Paraíba, que já pintou o sete com a camisa do São Paulo.

Símbolo

Escudo do Corinthians-AL (Foto: Paulo Victor Malta / Globoesporte.com)

O escudo é muito parecido com o do Timão. A diferença é que a bandeira em destaque é a de Alagoas, não a de São Paulo. Nesse período em que o "bando de loucos" direciona o foco para o Mundial do Japão, os corintianos de Alagoas estão desmobilizados. O time não brilhou no Estadual e ficou afastado das competições profissionais nos últimos meses. Sem ter conquistado uma vaga no Brasileiro da Série D, o clube foi movimentado apenas por suas divisões de base e agora, sem muitos recursos, monta o elenco para o Estadual de 2013.

Técnico Jean Carlos aposta no título mundial 

Coincidentemente, a direção do Tricolor vai apresentar o projeto para o Alagoano 2013 nesta quarta-feira, dia da esperada estreia do primo rico no Mundial Interclubes. Ao menos, um coração do Corinthians-AL vai bater nervoso na hora do jogo.

Técnico do time sub-18, o ex-jogador Jean Carlos torce pelo Timão e vai fazer de tudo para não perder um lance da partida contra o Al-Ahly, às 8h30 (de Brasília).

- Vou assistir ao jogo sim, em casa. A expectativa é ótima, já que o Corinthians está com um time bem arrumado. Acredito sim que o Alvinegro será campeão. Em Maceió, estamos na torcida – comentou Jean, que já enfrentou o Timão quando treinava o

CRB.

- Um fato que marcou minha carreira ocorreu em 2008, quando o Corinthians enfrentou o CRB pela Segunda Divisão do Brasileiro. Na época, eu era o treinador do Galo e foi muito interessante enfrentar o Corinthians. Foi aquela coisa de jogar contra o time que você torce. Foi muito legal.

Confiante, Jean ainda arriscou um palpite para o jogo desta quarta-feira.

- O meu palpite é que o Corinthians vai ganhar por 3 x 1, com dois gols do Emerson Sheik e um do peruano Guerrero.

Mais comedido, o gerente de futebol do Tricolor, Mauro Ramos, admitiu que também torce pelo Timão.

- Sou corintiano, não daqueles fanáticos, mas com certeza torcerei para o Corinthians ser campeão mundial. Temos simpatia por muitos clubes brasileiros, e o Corinthians é um deles – declarou o dirigente, um dos poucos alvinegros contidos em tempo de guerra.